Julho sem Plástico

Julho sem Plástico

Julho sem Plástico! É o mês dedicado à redução do uso de plástico, principalmente os descartáveis. Tudo começou com a escolha desse mês feita por uma Instituição Australiana em 2011 para inaugurar o movimento Plastic Free July.

Então desde 2011, o #PlasticFreeJuly se tornou um movimento global com o objetivo de sensibilizar e inspirar pessoas a repensarem seus hábitos e adotar pequenas mudanças na rotina, como diminuir o consumo de plástico descartável, em prol dos mares, oceanos e meio ambiente.

Tendências

O grande problema é que a cada ano o consumo só cresce, tornando o montante bem maior que o tratamento dos resíduos (reciclagem). O Fundo Mundial para a Natureza (WWF) realizou um relatório em 2019 sobre o problema do lixo plástico no mundo, revelando que os oceanos recebem aproximadamente 10 milhões de toneladas de plástico todos os anos e a tendência é que continuem recebendo essa quantidade (ou mais) até 2030.

No Brasil, por exemplo, o 4º maior produtor de lixo plástico no mundo, aproximadamente 1kg de lixo plástico é produzido por habitante a cada semana. Nosso país também é um dos que menos recicla, menos de 2% de todo resíduo é efetivamente reciclado no país.

A maioria dos objetos feitos com plástico são usados uma única vez e acabam indo para os oceanos, causando danos aos nossos ecossistemas. Além disso, muitas espécies confundem o plástico com alimento, o que pode levar ao consumo por engano e uma sensação de saciedade falsa, podendo causar lesões, desnutrição e, consequentemente, levar o indivíduo à morte. Os animais também podem vir a óbito devido ao enredamento em resíduos plásticos - chamado de pesca fantasma - que podem ser equipamentos de pesca abandonados ou descartados indevidamente.

 

Ao confundir plástico com água-viva, tartarugas encontram a morte

Consequências

O lixo plástico também pode prejudicar a vida humana. Parte dos resíduos são levados somente a aterros, outras partes são incineradas ou acabam no meio ambiente, provocando contaminações no solo e na água e liberando gases nocivos que afetam a qualidade do ar.

Outro ponto importante, é que o plástico não é o único causador de todos esses problemas. O ser humano de fato é o principal responsável pela poluição não só de plástico no meio ambiente, mas também porque consome em excesso e descarta e trata inadequadamente de vários tipos de resíduos, e tudo isso contribui para desequilíbrio nos ecossistemas.

Algumas pequenas atitudes que tomamos sem pensar nas consequências podem causar impactos e gerar um desequilíbrio no meio ambiente, como a prática de pegar conchas na praia. A retirada das conchas em abundância impede que ocorra a ciclagem de nutrientes necessários às plantas marinhas, além de prejudicar a sobrevivência de diversas espécies que possuem o abdome mole e utilizam conchas vazias de moluscos como uma carapaça de proteção que serve de abrigo.

Os maiores problemas

Os resíduos plásticos se fragmentam em micro e nano plástico (partículas microscópicas), que podem ser provenientes da lavagem de roupas sintéticas, da indústria de cosméticos, incineração, lodo de esgoto, entre outros. 

O microplástico pode estar em toda parte: nos ambientes terrestres, marinhos e de água doce. Estudos científicos já encontraram partículas inaláveis no ar, geralmente liberadas na atmosfera pela ação de ventos. Com isso, acabam sendo incorporados na alimentação humana por meio de frutos do mar como ostras, mexilhões e peixes contaminados, além da ingestão de sal e até mesmo de água engarrafada.

Algumas pesquisas mostraram que o resíduo plástico causa impacto na na saúde humana, nas condições do sol e no sistema hídrico - e consequentemente na saúde da fauna. Um estudo apresentado na Austrália mostrou a presença de microplástico no intestino humano e, recentemente, outro estudo realizado por pesquisadores da Universidade de São Paulo (FM-USP) identificou, pela primeira vez no mundo, a presença de microplástico no pulmão humano.

Ainda pouco se sabe sobre os efeitos a longo prazo do microplástico inalado pelos humanos. Com essa descoberta, e com estudos que identifiquem os tipos de microplásticos capazes de chegar ao sistema respiratório humano, será possível identificar quais os potenciais efeitos nocivos à nossa saúde.

Mas é possível colaborar para reduzir boa parte destes impactos, pensando em novos hábitos, tendo atitudes mais responsáveis com a nossa vida e o nosso entorno e com toda a biodiversidade. Essa mudança também precisa acontecer nas indústrias, no mercado do plástico virgem e com produtores dispostos a encontrar soluções mais sustentáveis, optando por investir na reciclagem do que já se tem produzido e utilizando materiais reciclados para desenvolver novos produtos.

Cada pessoa pode começar essa mudança em casa com atitudes simples, como trocar produtos descartáveis pelos produtos reutilizáveis e mais ecológicos, descartar o lixo de forma adequada e reduzir o consumo desenfreado planejando melhor a rotina.

Se quer aprender mais com a gente, acompanha o blog aqui no site da meu banho que tem muita dica boa pra vocês!

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